sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Perfil, amadureça essa ideia!



Quando preenchemos a ficha do perfil não tínhamos informação nenhuma a respeito.  Eu queria menina, meu marido me convenceu a deixar ambos os sexos, zero a três anos, branco e saudável. Depois com o tempo quando comecei a ler que o nosso perfil era o mais procurado, fiquei decepcionada. A maioria dos casais do Brasil querem menina, branca, saudável de abaixo de três anos., conforme a figura acima. (Fonte http://aureliogalvao.jor.br/blog/2009/07/adocao-pelo-direito-das-criancas-a-uma-familia/)
Com o tempo fui descobrindo:
·         Sexo: Menina é o mais procurado. Mas hoje como mãe de duas meninas e dois meninos, digo que não importa o sexo, e sim a personalidade, tem meninas espoletas e meninos muito carinhosos.
·         Idade: Crianças acima de sete anos são as que mais sobram nas listas. Sou voluntária com crianças de sete a dez anos, e isso me impulsionou a adotar os meus mais velhos, a partir dos sete é a idade que a criança começa a perder a pureza, a fantasia. Então com certeza nessa idade você ainda viverá momentos maravilhosos com seu filho antes da adolescência.
·         Irmãos: Nossa escolha era para até duas crianças. Adotamos três, e a segurança que nossos filhos chegaram por terem um ao outro fez muita diferença. Ela sabe que nunca estará sozinha, pois seu irmão está com ela, passando todos os medos e novidades. Todos nós temos medo do filho único, então porque não adotar dois de uma só vez?  Ao preencher a ficha pode-se optar pela idade do mais novo e do mais velho.
·         Raça: Quando preenchi a ficha, meu marido não queria escolher raça, mas eu não pensei em mim, mas sim no meu pai, tinha medo que ele rejeitasse a criança pela cor. Hoje meu pai tem um orgulho enorme de ter um neto negro, adora falar para todos que é neto dele! Outra coisa, minhas filhas no papel são pardas, mas a cor delas é exatamente igual a minha branca.
·         Doenças tratáveis: Existe uma opção chamada dessa forma. Colocando apenas saudável, você descarta muitas doenças que as vezes apenas precisam de acompanhamento, inclusive a AIDS, crianças recém nascidas portadoras de HIV tem grandes chances de serem curadas até 1 ano e 8 meses.

Para adotar o nosso trio tivemos que alterar o nosso perfil e hoje em dia somente com advogado, pense bem antes de preencher o seu então. E outra coisa, quando ligarem para você e disserem que tem uma criança com alguma das observações que você preencheu e você não se sentir segura, nada impede que você diga que no momento não. Aconteceu conosco de um dia antes de embarcarmos para conhecer nossos filhos,  nos ligarem do fórum dizendo que havia um recém-nascido portador de HIV, nós dissemos que não por estarmos de viagem marcada, e também nunca havíamos conversado sobre esse assunto e teríamos que decidir naquele exato momento da ligação.
Minha dica pense bem, amadureça essa ideia!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Adoção tardia - ajuda que veio das "fadinhas"



Eu poderia dissertar um monte sobre a adoção tardia, mas tenho lido vários blogs que já possuem um bom texto sobre isso, por isso vou colocar um linq que gostei (http://adocaotardia.blogspot.com/2007/06/mitos-x-nossas-verdades-i-queremos.html) e vou direto para a minha experiência com adoção tardia.

Meus filhos mais velhos chegaram com sete e oito anos e com muitas atitudes que não condiziam com a idade, às vezes mais e muitas vezes menos.

A pior dificuldade para mim era conseguir entende-los, criei o meu biológico falando e explicando sobre tudo, então com sete anos ele é uma criança que sabe se expressar o que sempre me ajudou muito. Porém me deparei com a situação de ter que construir isso com os outros, mas tive que ser muito mais criativa do que apenas conversar como fazia antes.
Hoje pela manhã depois de brincadeiras, lições de casa, jogos educativos, minha filha mais velha começou a chorar e foi para baixo de um colchão. E lá fui eu sentar na frente dela, pegar em suas mães e perguntar o que foi filha? E como sempre nada...ela sempre evita o meu olhar e chora...eu tinha que descobrir o motivo para tentar ajudá-la.
Foi então que apelei para os brinquedos, peguei um conjunto de fadinhas da Tinker Bell que ela tem, e por minha sorte era o número que eu precisava cinco.
Peguei duas e disse, essa é a fada da tristeza, e essa é a fada da raiva, pegue na mão aquela que você está sentindo agora. Para meu espanto foi a da raiva!
Então peguei as quatro fadas que sobraram e disse cada fada é um de nós aqui em casa (meu marido não estava), mostre para a mãe quem te provocou a raiva, e sem me espantar ela pegou o meu filho biológico, alvo de muito ciúme, algo perfeitamente normal (acredito).
E naquele momento ela começou a chorar muito. Fui aos poucos retomando todas as atividades que tínhamos feito para encontrar o motivo da raiva por ele, e descobri que era porque ele havia rido dela na hora do jogo educativo. É que minha filha mais velha tem problemas de aprendizado e está na mesma série dos irmãos, porém não possui o mesmo ritmo (algo que estamos aprendendo a lidar).
Chamei os irmãos e expliquei a situação, eles falaram que não foi por mal e levaram ela correndo para o jardim mostrar que a flor que ela havia plantado era a mais bonita, voltaram carregando ela no colo pelos braços e pernas, e não preciso dizer que tudo acabou em gargalhadas pelo chão, com a menor gritando "agola é eu".
Desde o início teve que ser assim, teatro para encontrar a verdade nas mentiras que contavam, e como contavam...desenhos para expressar sentimentos. Brincadeiras para aproximar irmãos.
Adoção tardia, não tem troca de fraldas e chupetas pela casa, mas tem muito xixi pela cama e dedo polegar fino de tanto chupar. (Detalhe: meus quatro filhos ainda chupam o dedo a noite) Não tem noites mal dormidas com choro, mas tem longas noites em que adormecemos ao lado deles. Não tem chorinhos de manha, mas tem choros que te pedem um carinho igual. Não tem os primeiros passos, mas tem alguém que corre para te abraçar quando te veem e ainda com os olhos brilhando. Não tem primeiras palavras, mas tem palavras que vem junto como: a mãe é tão bonita, ou como ouvir pela primeira vez eu te amo depois de semanas de convivência.
O nosso sim existiu porque se tratava de uma adoção tardia, se fossem três bebes não nos sentiríamos tão encorajados.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Semelhanças que vem do coração!


Minha mãe sempre me conta uma história que quando eu tinha uns 10 anos ofereceram um menino negro para ela adotar, mas a avó acabou recuando. Por muitas vezes sonhei com esse irmãozinho que nunca veio, e acabei idealizando que gostaria de adotar um menino negro. Por isso quando conheci o meu filho mais velho, tive aquele sentimento de criança de volta, agora eu tenho o meu menino "neguinho" que sempre sonhei!!! Ele é o único que quando nos olham, sabem que ele é do coração, pois imaginem meu marido alemão de olhos azuis e eu morena. Porém as minhas filhas...essas finalmente são a cara da mãe (eu, a outra é a genitora apenas)...tem gente que olha os meninos, depois as meninas e pergunta além do mais velho quem mais são os adotivos? Pois o biológico é a cara do pai (humpf), e as meninas são as minhas feições, principalmente a menorzinha, alguns chegam a se admirar com a semelhança, eu já acho ela beeeem mais bonita que eu (mãe booooba), mas ela tem as minhas gargalhadas e muita vontade de viver, assim como eu!
E as semelhanças não param por ai, além das físicas tem "traços de personalidade" Esses dias, comentei com a minha mãe que a mais velha não gostava de cuidar das roupas dela, eu tinha que ficar catando as calcinhas da dona moça pela casa. Perguntei para minha mãe se eu era assim, então minha mãe soltou uma imensa gargalhada, você era muito pior! Tudo bem, eu mereço disse a ela, vou pagar por isso, hehehe!

O mais velho tem a organização da mãe e inteligência do pai!
A mais velha tem a preguiça da mãe e a alegria do pai!
A mais nova tem a brabeza da mãe e a simpatia do pai!
O biológico não vale, esse fez uma "misturinha" porque é quase 90% tudo do pai, acho que só sobraram as bochechas que são parecidas com as minhas.

Então gente, essa história de que os filhos do coração ficam a cara dos pais não é "história da carochinha" não, nossos filhos estão apenas nove meses conosco e já colecionam nossos traços, imagina com o tempo então?

Mais uma história de coração!

Uma amiga minha, muito especial, postou esse comentário, mas resolvi transformá-lo em post, pois amei!


Sou mãe do coração, esperei 4 anos e 2 meses até grande momento de encontrar o meu filho tão esperado, amor a primeira vista e 9 dias já estava em nosso lar com 2 meses, tão pequenino, nasceu com 7 meses, porém uma criança calma, tranquila, hoje um lindo menino com 3anos e meio, saudável e feliz.
Com 21 anos já tínhamos conhecimento que engravidar seria difícil, quando resolvemos ter filhos, várias tentativas, tratamentos, sofrimentos, decepções, gastos, quando resolvemos adotar não tivemos dúvida, quanto a nossa atitude entramos na fila de adoção, várias vezes chamados para entrevistas, assistente social , psicóloga, juntos, separados, agora sim recebemos a tal autorização que estamos apto para adoção e agora esperar e dúvida será que vou amar está criança ( anjo ) mas quando vi só queria levar para casa correndo.
Então não pense muito, não se pergunte, pois Deus é tão maravilhoso que nos ensinou a amar.
Pedi tanto para Deus me mostrar se eu estava no caminho certo do tratamento, sofri demais quando desisti, porém veio meu filho amado.
Veio todas respostas, a família ambos os lados e amigos só apoio.
Somos uma família completa, sentimento sem explicação, só quem está neste lado sabe.
Tenho 40 anos meu esposo 44 anos e 19 anos de casamento, me tornei uma pessoa mais compreensiva e tranquila.
Sejam felizes complete a parte que falta em suas vidas.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Passo a Passo para adoção

material retitado do site: http://www.oab-sbc.org.br/adocao_passo-a-passo-01.php
Um porém que encontrei nela, é sobre a licença maternidade, a lei mudou em 2009, para quatro meses de licença indepente da idade da criança.







quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Blogs que recomendo!

Pessoal, em minhas procuras acho blogs interessante sobre a adoção, vou compartilhar.

Depoimentos e assuntos sobre adoção tardia. Acessem: http://adocaotardia.blogspot.com
Blog de Cintia Liana uma lutadora pela adoção, aqui e fora do Brasil. Acessem: http://psicologiaeadocao.blogspot.com
Adoção de crianças portadoras de HIV: http://adocaoposithiva.blogspot.com

Grupo de apoio a adoção


Um fato que foi determinante no nosso processo de adoção foram as nossas participações no grupo de apoio à adoção de nosso estado, o Instituto Amigos de Lucas (http://www.amigosdelucas.org.br/). Todos os estados possuem ONGs assim, normalmente nas capitais.
Os GAs são feitos para pessoas que pensam, querem ou já adotaram, e até mesmo simpatizantes pela causa.Lá encontrei muitas pessoas e casais que apenas estavam amadurecendo a ideia, entendendo todo o processo necessário, inclusive como proceder, um local para compartilhar vários tipos de dúvidas que possamos ter. Nos informaram da atual situação das pessoas que querem adotar e as crianças disponíveis, descobrimos que adotar irmãos, principalmente grupos, era mais fácil. E o grupo aos poucos foi nos ensinando essa realidade, pois a maioria dos casais da diretoria possuía três ou mais filho, entre biológicos e adotivos, isso nos contagiou!
Quando nós começamos a frequentar já estávamos habilitados, na fase da ESPERA! Desde a primeira reunião me senti muito aliviada, um local onde eu podia chegar e dizer para todos abertamente que eu não podia ter mais filhos, sem aquele constrangimento de quando me cobravam na rua e ai quando vai encomendar o próximo filho, e engolindo um seco com a mais pura simpatia eu dizia: eu perdi o útero não posso ter mais, e acabava sendo alvo de pena.

No GA era diferente, eu ouvia casos muito mais desgastantes que o nosso, e compartilhava do mesmo sentimento: ESPERANÇA, de que o nosso filho chegaria logo. Todo depoimento eu chorava, sem vergonha nenhuma, era poder colocar para fora a minha angustia de ter que esperar. Inúmeras vezes eu presenciava a entrada de casais com seus filhos adotivos, que estavam indo ao grupo pela primeira vez após o processo, nossa que alegria!!! Todos nós aplaudíamos como boas-vindas, sentindo a realização daquela família. Que benção poder viver momentos assim, aquilo me animava muito, cada vez que voltava de lá estava com as baterias recarregadas, eu, pois o meu marido sempre voltava um pouco confuso, talvez porque ele não queria apenas adotar e sim ajudar a todos!
Uma das primeira pessoas que ficaram sabendo da nossa adoção foi a presidente do grupo, nossa ela vibrou junto comigo ao telefone, era uma conquista de todos nós, pois o grupo batalha para melhorar os processos de adoção aqui no sul. Entenda quando eu digo batalhar, é ir falar com juízes, visitar abrigos, montar grupos, os GAs possuem muitas funções que nos ajudam, possuem advogados, psicólogos e pessoas prontas para nos ajudar.
Não preciso dizer o quanto foi incrível a nossa primeira ida com as crianças até o grupo, aquela recepção enchia mais ainda o meu coração de alegria, eu era a legitima mãe boba, ou como disseram uma "galinha" cheia de "pintinhos", pois eram os quatro apinhados em nossos colos. Eu sentia a esperança nos olhos de quem nos ouvia contar a história, me senti grata a Deus por poder compartilhar com todo o final de uma história muito feliz como a nossa, ou melhor, o início!

Nossa intenção é um dia montar um GA aqui, que atenda nossa cidade e vizinhas, por isso montei esse blog, quero encontrar pessoas próximas para podermos montar encontros sobre esse assunto.
Procure um GA no seu estado e participe!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Os familiares e a aceitação do filho adotivo.


Não posso dizer que ouvimos muitas coisas negativas das pessoas, amigos e familiares sobre a adoção. Em alguns momentos, recebíamos algo pior: a indiferença.
No nosso caso claro que foi diferente, não era a adoção que assustava as pessoas, mas sim o fato de terem sido três de uma só vez, e de se tratar de adoção tardia, mas esses dois assuntos serão assuntos para outros posts que publicarei mais tarde.
Antes de tudo, você tem que ter em mente algo que ouvi e repasso: a criança adotiva cativa depois que chega. Pois a biológica já cativa nove meses antes, onde houveram muitos preparativos e momentos concretos que passamos juntos com nossos familiares. A adotiva é uma grande espera que não tem dia nem hora certa para chegar, então quando chega é muito rápido.

E outra coisa, entenda que você está adotando por sua vontade, como pessoa, ou como casal, a opinião de amigos e familiares importa, mas não deve ser decisiva, visto que a sua família quem constrói é você. Posso ter sido dura com as minhas palavras, mas é justamente para você entender algumas coisas que ficam melhores com o tempo.
No nosso caso, a indiferença vinha dos meus pais, eles evitavam tocar no assunto e quando eu tocava eles desviavam. Eu ficava muito triste por não poder compartilhar com a minha própria mãe o desejo de ser mãe novamente. Mas fiquei sabendo pela minha irmã que essa postura deles era devido a preocupação de acharem que não teríamos tempo suficiente para cuidar de dois filhos.
Mas o que fazíamos era procurar as pessoas que nos apoiavam minha irmã e o irmão do meu marido, por exemplo, eles foram tão importantes na nossa espera que acabaram se tornando padrinhos das crianças. Não escondíamos nossa intenção de adotar de ninguém, amigos, trabalho, familiares, isso é muito importante, pois um dia você vai chegar com a criança nos braços e as pessoas já vão entender, ou pior, um dia você vai chegar no seu chefe e dizer amanhã sairei de licença maternidade por quatro meses! Outro ponto positivo que assim você acaba conhecendo outras pessoas que já adotaram ou pretendem. Um novo ciclo de amigos, isso é muito importante.
O que eu gostaria de dizer nesse post é para você aproveitar esse tempo de espera para preparar a aceitação do seu filho, seja na família, entre amigos, em casa, nos vizinhos, numa escola, na igreja, colegas e  conhecidos. Um local muito positivo que nos ajuda muito com isso são os Grupos de Apoio a adoção, tema do meu próximo post.
P.S.: Só gostaria de comentar que hoje, os meus pais são os avós mais "babões" do mundo. Amam muito os meus filhos do coração. Realmente as crianças cativaram eles depois que chegaram!