sexta-feira, 29 de abril de 2011

Livro: A Familia de Flora


Segue indicação de um livro que já li e recomendo.
Na última página do livro tem uma folha com dicas para os pais, eu li o livro para os meus filhos e reli depois com as dicas foi bem interessante. O livro tem várias figuras, o que remete a uma leitura fácil e dinamica.

Percebi que meus filhos do coração mais velhos lembraram de muitas coisas da vida anterior, no início, como sempre ficaram constrangidos com o assunto, então eu fazia perguntas se eles sabiam com quem eram parecidos, pois o livro conta a história de uma menina que pergunta porque ela é morena se os pais são loiros.

Em casos de adoção tardia em que eles lembram muitas coisas, as vezes escondem achando que é errado ou acham que iremos nos aborrecer com o assunto, então aproveitei para falar sobre pontos que o livro aborda como:
-"os pais de vocês não abandonaram vocês porque não os amavam";

- mesmo vocês não tendo saido da minha barriga vocês são parecidos conosco em algumas coisas, pode ser na cor do cabelo, no forma em que damos risadas;
- o quanto nós esperamos por eles e amavamos antes de nos conhecermos;
- que a vida que vivemos será para sempre, nunca o abandonaremos ou os trocaremos.

Confesso que esperava mais reações da leitura do livro, mas entendi que tudo tem seu tempo, vai chegar a hora das perguntas partirem deles, ai eu terei que estar preparada (risos).

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Mentiras de pernas longas...



Uma frase que gosto de dizer: "a cabeça foi feita para pensar e não guardar", pois eu tenho uma péssima memória e por isso tenho poucas lembranças da minha infância. E isso acaba me dificultando em relação as crianças, pois não lembro como eu agia em determinada situações.

Uma delas é a mentira, não lembro de ter esse costume de mentir, e já com os meus filhos isso é algo que me incomoda, pois li que muitas mães apenas no olhar conseguem descobrir se o filho está mentindo, mas no meu caso por enquanto isso só funciona com o biológico, pois os demais ainda conseguem me enganar.

Essa semana lá em casa aconteceu uma situação em que nenhum dos três mais velhos era o culpado, ou seja, alguém estava mentindo, e todos me diziam com a maior convicção que não eram o culpado. Os três acabaram ganhando castigo, perderam o ninho de páscoa, mas mesmo assim a verdade não vinha, e o pior era evidente que a culpada era a minha filha mais velha.

Então comecei a ler sobre o assunto:

- "Ao falar firme com ele, olhe bem nos olhos dele. Os olhos, na maioria das vezes, dizem mais do que palavras." Porém, para mim isso ainda não acontece, fazem apenas 10 meses, ainda não a conheço para distinguir esses sinais.
-"Eu te recomendo a conversar com o seu filho e orientá-lo a não mais mentir e se necessário for ponha-o de castigo e até mesmo bata para que ele tenha medo de uma próxima vez e te conte somente a verdade." Conversei, conversei, coloquei ela para pensar, mas acho que bater não resolve, iria deixá-la mais assustada ainda!
-" ...veja em seus gestos como olhar nervoso movimento estranho com as mãos....coisas que não São comum na personalidade do seu filho.....se você perceber algo assim...seja direta! sem rodeios (e fale) você esta mentindo para mim?....." Fiz isso várias vezes, mas os tiques nervosos aparecem em qualquer tipo de conversa.

Li mais um monte de coisas que me orientaram mas não me acalmavam, pois pensava e se ela não conseguir se livrar desse hábito. Eu já estava num ponto de não conseguir mais nem falar com ela, principalmente por ela estar fazendo os irmãos sofrerem com a atitude dela. Tirei tudo que podia dela e resolvi esperar e não tocar mais no assunto.

E hoje de manhã no caminho da escolinha, com todos no carro, finalmente aconteceu! Sempre rezamos no caminho e antes de fazer isso perguntei se ela queria nos presentear com a verdade, perguntei umas três vezes e a resposta veio: SIM (bem baixinho)! Nossa fiquei tão feliz, todos ficaram, fizeram festa no carro. E mais, na hora da oração, cada um faz seu pedido ou agradecimento e ela pediu para não mentir mais! Ao descer do carro dei um abraço nela, e ela me pediu desculpas, expliquei que era muito melhor vivermos sem mentiras e estava feliz por ela ter conseguido dizer a verdade.

E fiquei com essa frase de um site como lição de vida:

"Procure ficar mais perto do seu filho para conhecer suas mentiras e suas verdades!!!Observe-o mais de perto..."

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Livro sobre adoção

Adoro essa pessoa, por isso estou divulgando!


"Filhos da Esperança
Os Caminhos da Adoção e da Família e seus Aspectos Psicológicos
Por: Cintia Liana Reis de Silva
A psicóloga Cintia Liana, que atua na área de família e adoção desde 2002, escreve sobre os caminhos da adoção no Brasil, a forma de avaliar os candidatos à adoção e a situação de abandono das crianças, com um olhar crítico e preocupado.

A autora também nos traz a reflexão dos aspectos antropológicos e subjetivos no processo de construção da família, da adaptação do filho adotivo, da revelação da adoção, postura diante da história da criança e sua família de origem, assim como, outros pontos importantes deste universo a serem descobertos pelo leitor. Ela utiliza o pensamento sistêmico como base.
Se trata de um excelente guia de reflexão não só para quem deseja ter um filho através da adoção, mas também para profissionais e estudantes da área que queiram entender, se atualizar e se aprofundar neste cenário".
Para comprar on line: http://www.agbook.com.br/book/43450--Filhos_da_Esperanca

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Rótulos!!! Minha opinião sobre o massacre do Rio de Janeiro.




Antes eu tinha apenas um filho e era rotulado de "filho único" para determinadas atitudes.
Agora tenho quatro filhos e ouço coisas:
- é porque ele é "adotivo"
- é porque ele é o "filho do meio"
- é porque ela é a "mais nova"
- é porque ela é "menina"
- é porque era sozinho antes e agora tem que repartir tudo (risos)

Infelizmente iremos conviver com isso sempre!
Claro que a mídia não tem perdão, essa é cruel mesmo!
Pois no caso do massacre no Rio de Janeiro (um jovem invandiu uma escola e matou mais de 10 crianças), a mídia fez questão de salientar que ele era filho adotivo, e mais ressaltavam que havia sido adotado ainda bebê.
Isso é um rótulo que a mídia se agarrou, inoportunamente, pois vivemos uma luta pela aceitação de nossos filhos e em num virar de páginas de jornal ou manchetes de TV está lá uma notícia que coloca dúvida em muitos, meu filho vai ser assim?
Mas minha opinião é aprendermos a conviver com isso, as crianças nascem com personalidades diferentes, adotivos ou biológicos, porém é a nossa educação, exemplo, amor e dedicação que irá nos garantir de seu futuro!

Todo investimento num filho é válido, pois é retornado.
Se você der amor, alegria, atenção, carinho, receberá de volta!

E sobre o assunto de Realengo, li muitas coisas, e o texto abaixo foi o mais esclarecedor que encontrei, não público fonte pois não sei.


"Não é por falso puritanismo, mas não tinha assistido ao filme “O doce veneno do escorpião”, para quem não sabe é o já “famoso” filme “Bruna Surfistinha”. Logicamente dei um jeito e assisti ao tal filme. Não recomendo. Poupem-se. Não será possível dizer: “a Débora Secco dá um show de atuação”, absolutamente, nada há de novo na miséria humana, no sentido da degradação social, se abrirmos os jornais está tudo lá, álcool, drogas, prostituição, desrespeito e tudo que envolve o submundo. Mas o que tem isso a ver? Nada!. O fato é que o filme trás a mensagem subliminar de que a filha adotada, apesar de todas as condições econômicas, sociais e familiares, não se sentia no contexto daquela família, ela não se sentia parte, por isso procurou e encontrou o seu “caminho”. Alguns dirão: “ora mas é a história dela” “ela foi realmente adotada” e ela “viveu tudo aquilo”. Com certeza ela, a Raquel, já que a Bruna é um cognome,  nem se dá conta de que a mensagem negativa está lá. Com certeza os produtores estão “pouco se lixando” se as famílias formadas a partir da adoção se incomodam com mensagens negativas ligadas à adoção. Não interessa a eles;. Tudo bem; este texto não é para quem não se importa;  mas a nós interessa, e muito. Porque a filiação adotiva é sim especial. E é especial porque se tem como filho alguém que não se liga pelos laços da consanguinidade e nós vivemos em uma sociedade que se importa com a pseudo normose social. O parentesco por adoção se forma sem o envolvimento sexual de quem se torna o pai/mãe e pressupõe uma escolha íntima e não são raras as vezes envolvem perdas, luto e talvez uma consciência de fragilidade. Ora, se é assim, formada a filiação, e estruturada a família, não se espantem os críticos se “descobrirem” que os pais por adoção possuem igualmente um instinto de preservação da prole tão forte quanto os formados a partir da função biológica. A adoção precisa ser explicada aos filhos, é preciso dizer-lhes que a adoção é um ato de amor e que pelo amor o parentesco se desenvolve e se solidifica. Se é impossível preservar os filhos, eles precisam ser orientados. Não se pode calar diante de estereótipos sobre a adoção e silenciar diante dos filhos. São eles, e não os pais o principal alvo das distorções a todo instante nos diversos acontecimentos, por vezes até naturais da vida. Uma coisa é certa, estes exemplos não servem para educar, ao contrário, reforçam um preconceito que há muito vem sendo combatido e que hoje já se percebe menos explicitado.
Aos pais e mães por adoção, não se intimidem diante de exemplos negativos, é preciso estar atento e saber dizer aos filhos que a ficção é produto de uma imaginação, nem sempre criativa e que uma realidade não determina a outra;  tais exemplos não servem para direcionar em uma família que tem no amor o principal argumento."

terça-feira, 12 de abril de 2011

Como preparar um filho para receber irmãos do coração!




Nunca me esqueço, a professora do Matheus veio nos visitar em casa, e eu comentei que estava achando ele muito estranho, então ela me comentou que achava que estava relacionado a "vinda do maninho(a)", fato que ele nunca se opôs, por isso o fator determinante de fazermos a adoção eram os pedidos dele por um maninho.

Naquela época estávamos preparando os papéis para entrarmos na fila, e explicamos a ele que o maninho(a) não viria da barriga. Mas como ele tinha apenas 4 anos ainda estava na fase de não entender o tempo, e a professora nos explicou, ele pode estar achando que um dia vai chegar em casa e a criança vai estar lá.

A partir daquele momento, tentávamos explicar o quanto aquela vinda iria demorar, porém o tempo foi passando e até mesmo ele começou a achar que estava demais, e dai os papéis inverteram pois ele queria que o mano(a) viesse logo.
E imagina se para nós adultos é difícil esperar, imagine para uma criança, cada vez que íamos no grupo de apoio, ele achava que íamos buscar o mano(a), e por fim já voltava triste por isso não acontecer, mas foi ótimo pois fez amizades tão fortes no grupo.

Lembro que alguns meses antes do mano chegar ele conheceu um menino um ano mais velho, chamado Lucas, e gostou tanto que andava de mãos dadas com ele. A partir daquele dia entendemos que o mano(a) já estava tomando forma na imaginação dele. Então iniciamos algumas conversas para tentar explicar que não tínhamos como escolher, que podia vir menina ou menino, bebe ou maiorzinho. Mas ele tinha uma ideia muito fixa, ou melhor, dizem que crianças pressentem (quem dúvida), pois o mano que chegou era um ano mais velho apenas. E sobre a hipótese de uma irmã, semanas antes também ao sairmos de um restaurante ele enfiou a cabeça para dentro de um carrinho de bebê e disse olha mãe igual a minha irmãzinha que vai chegar, e a mais nova chegou na idade de carrinho ainda.

Deixávamos ele a par de tudo que acontecia de novidade no nosso processo, das possibilidades que apareciam por e-mail e dos "nãos" que recebíamos, claro que assim como nos frustrávamos ele também. Então depois de algumas tentativas, resolvemos lhe contar somente quando fosse certo mesmo, e isso aconteceu uma semana antes de viajarmos para buscar os maninhos dele, quando eu disse que eram três ele me pergunto: não é demais mãe? Apesar de que já havíamos lhe preparado para essa possibilidade, assim como eu ele se assustou. E eu bem calma, assim você terá várias crianças para brincar, e ele foi adorando a ideia.

Ele viajou conosco, e em cada momento eu agradecia pela felicidade e ansiedade dele, aquilo me contagiava e mascarava o grande medo que eu estava sentindo, pois iriamos dobrar a família. A fortaleza do meu filho era incrível, fez reafirmar todo laço que criamos desde que ele nasceu, aquele companheiro que estaria comigo em todos os momentos, principalmente naquele, tão importante para a nossa vida.

O final da história vocês já sabem, ele aceitou muito bem os manos, o que faz até hoje. Claro, algumas fagulhas apareceram com o tempo, ele e a irmã da mesma idade criaram certa indisponibilidade, algo que considero normal entre irmãos, mas as vezes eles me surpreendem, como quando peguei ela fazendo um penteado moicano nele, ou quando ela bateu a cabeça e ele fez eu prometer que traria ela de volta "viva"!

O que eu quero dizer, é que o seu filho irá sentir em você o que deve sentir pelos irmãos, se você falar da espera com todo amor e esperança, isso irá contagia-lo, e com isso os medos irão embora. Isso acontece nos irmãos biológicos, nunca se está preparado para terem irmãos, pois não passaram por determinadas situações ainda.

Talvez isso sirva para você preparar não somente os irmãos, mas todos os demais parentes que irão ter contato com o seu filho, faça as pessoas se sentirem contagiadas com a sua vontade e alegria de ser mãe ou pai do coração!

CSJT RECONHECE DIREITO À LICENÇA POR ADOÇÃO A SERVIDOR QUE É PAI SOLTEIRO.

Dom, 10 de Abril de 2011

O Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) reconheceu a um servidor público do Trabalho, na condição de pai solteiro, o direito à licença de 90 dias pela adoção de uma criança com menos de um ano de idade.
A decisão foi tomada, por unanimidade de votos, em julgamento envolvendo um servidor do TRT da 15ª Região. Como o Conselho, por maioria de votos, deu caráter normativo à decisão, ela alcança todos os servidores da Justiça do Trabalho na mesma situação.
O CSJT reconheceu o direito com base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e em dispositivos constitucionais que garantem a proteção à criança e ao adolescente. A Lei 8.112/90 (artigo 208), que rege o funcionalismo público, reconhece o direito apenas às mulheres. Foi com base nesta lei que o TRT havia negado administrativamente a licença. Como o servidor recorreu ao Pleno do TRT e seu direito foi reconhecido, o presidente do Regional recorreu ao Conselho Superior da Justiça do Trabalho.
Embora não tenha reconhecido a legitimidade ao presidente do TRT para recorrer da decisão, o Conselho examinou a questão, por considerar que a matéria extrapolava o interesse pessoal do servidor e poderia vir a ser suscitada por outros servidores na mesma situação. Para o CSTJ, se o Estatuto da Criança e do Adolescente confere a qualquer pessoa com mais de 21 anos, independentemente do sexo, o direito à adoção, é absolutamente normal que um servidor, ainda que não seja casado, opte por adotar uma criança.
“Aliás, conduta desta natureza, além de se encontrar em perfeita harmonia com o artigo 227 da Constituição - que prevê ser dever do Estado, da família e da sociedade assegurar com absoluta prioridade proteção à criança e ao adolescente-, é digna de louvor, principalmente se levarmos em consideração que vivemos num País que, embora em desenvolvimento, convive ainda com elevado número de crianças em total abandono e às margens da criminalidade”, defendeu o Conselho. Ainda segundo o CSTJ, a negativa da licença ao servidor público nesta condição implicaria ofensa ao princípio constitucional da isonomia, e também na consagração de tese que certamente não acompanhou a evolução da sociedade.
Antonio Carlos Mendes Thame é deputado federal (PSDB-SP), professor licenciado da ESALQ-USP e advogado (PUC-Campinas). Encaminhe sua sugestão ou questionamento para o e-mail: dep.mendesthame@camara.com.br

Fonte: http://www.portalviva.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4572%3Acsjt-reconhece-direito-a-licenca-por-adocao-a-servidor-que-e-pai-solteiro&catid=52%3Amendes-thame&Itemid=144